Viajando e crescendo (por esta mesma ordem)

Escrevo este texto para mim mesmo, paradoxalmente com esperanças de encontrar pessoas que se identifiquem ou que ajude a servir de lição em não cometer os mesmo erros que cometi.

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Hoje faz 9 meses que me mudei para França, por levar antes uma vida bastante agitada, com pouco tempo para tudo inclusive para mim mesmo, necessitava de um lugar onde pudesse me acalmar e refletir sobre toda a minha vida, era imaginável que França seria este lugar.
Neste pouco tempo que tenho aqui estado pude aprender bastantes coisas sobre mim no qual nunca pude imaginar.
Uma destas coisas talvez a mais importante que aprendi, foi sobre a importância em se estar só.
Quando falo só, não excluo o relacionamento que tenho pois para min ELA representa uma extensão de mim mesmo. Mas me refiro a toda consciência corporal e espiritual que ganhei enquanto estive sozinho.
Sempre fui uma pessoa bastante impaciente, ansiosa que procurava mostrar uma imagem mais dura ao mundo, me preucupando por demasia com aquilo que as pessoas pensavam ou diziam sobre mim. Punha sempre os meus interesses a frente, mas me moldava bastante com as opiniões das pessoas que me rodeavam.
Ouvir pessoas a nossa volta é sempre bom, mas quando
Isso vira uma dependência sem você se aperceber você se perde.
Especialmente as opiniões negativas, facilmente perdia minha auto-confiança pelos comentários negativos que ouvia, para quem me via e ouvia parecia arrogante , extra confiante incapaz de aceitar uma opinião, mas na realidade após ter ouvido estes comentários me rebatia bastante mentalmente.
Era capaz de passar dias em baixo guardando roncor pelas pessoas me perguntado “sera que ele/ela tem mesmo razão?”.

Uma das minhas maiores vitórias de 2016 é talvez ter finalmente acabado com esse ciclo, ter vindo para França foi uma boa decisão,
embora sinta saudades da maior parte das pessoas que me rodeavam no dia a dia.

“Ser adulto é estar sozinho” Jean Rostand

Ainda estou numa luta diária procurando cada dia mais ser completo como ser humano e adulto , nestes últimos 9 meses aprendi a me conhecer através do estar só.
Aprendi a falar comigo outra vez, me questionando sobre quem sou, como estou fisicamente, o que posso fazer para melhorar meu corpo e meu conhecimento , como recuperar a minha auto-confiança, qual o meu objectivo enquanto ser humano e aonde quero chegar.
Aprendi a enfrentar a minha ansiedade e meu rancor e questionar a minha falta de confiança, confesso que os primeiros meses não foram fáceis.
Mais aqui estou em pé outra vez, mais maduro e pronto para aquilo que minha vida tem para oferecer.